Base molecular da ação dos receptores adrenérgicos
Tomando como exemplo a
ativação de um receptor alfa1:
Trata-se de receptor tipo serpentina 7, acoplado à uma
proteína Gq; o componente alfa estimulante
ativa a fosfolipase que atua sobre os
lipídios fosfatidil-inositol-trifosfato com formação de inusitol-trifosfato
(IP3) e diacil-glicerol(DAG). O IP3 ativa as bombas de cálcio presentes no
endoplasma reticular, liberando cálcio que se une à proteína calmadulin quinase, a qual fosforila as
proteínas alvo, como por exemplo a quinase
de cadeia leve (LCK, sigla em inglês) nos músculos lisos. Esta LCK fosforila a miosina de cadeia leve (MLC) que participa
na interação actina-miosina envolvida na contração do músculo liso. Por sua
vez, a DAG ativa a proteína quinase C (PKC) e esta fosforila as proteínas alvo.
Tomando como exemplo
o receptor adrenérgico alfa2 ativado:
O receptor alfa2 também é do tipo serpentina 7. Ativa a proteína
inibitória G (Gi); a porção alfa inibitória acopla-se ao domínio inibitório da adenil ciclase,
resultando em formação diminuída de ATP e de cAMP. Com isso forma-se menos PKA
com menor fosforilação das proteínas alvo, resultando funções celulares diminuídas.
Por sua vez, as porções beta e gama inibitórias da Gi abrem os canais de K com saída de potássio da
célula; o potencial de repouso da membrana cai de -70 mV para -90 mV, e esta hiper
polarização deriva em inibição da
corrente elétrica.
Receptores adrenérgicos
beta1, beta2 e beta3:
Os três receptores beta possuem o mesmo mecanismo intracelular
de sinalização. A catecolamina ativa a
proteína Gs e seu componente alfa estimulante ativa a adenil ciclase e esta
converte ATP em cAMP, elevando seus níveis. A cAMP, como segundo mensageiro,
ativa a PKA e esta fosforila as proteínas alvo como, por exemplo, os canais de
cálcio, resultando maior atividade celular.
Em resumo:
Alfa1: Gq – IP3 e DAG – cálcio elevado;
Alfa2: Gi – cAMP diminuído – K+ diminuído e Ca++ diminuído;
Beta1,2 e 3: Gs – cAMP elevado – Ca++ elevado.
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