Wednesday, September 19, 2012

Sistema Nervoso Autonomo Simpatico


As principais áreas cerebrais responsáveis pela estimulação dos sistemas nervosos autônomos estão localizadas no hipotálamo. Na porção anterior medial está localizado o sistema parassimpático e na parte posterior medial o sistema simpático. Ambos estão estimulados pelas áreas do córtex cerebral envolvidas com audição, visão e memória, bem como pelas estruturas do sistema límbico. Em situações de stress, tanto a córtex como o sistema límbico enviam estímulos ao hipotálamo posterior ao mesmo tempo em que inibem o hipotálamo anterior. A estimulação do hipotálamo posterior, por sua vez, ativa um grupo de neurônios que compõem um trajeto chamado de via polineuronal descendente; esta leva os impulsos através da medula espinhal desde a primeira vértebra torácica até a segunda vértebra lombar. Em todas estas vértebras, a informação é levada de neurônios chamados pré-ganglionares, até os gânglios para-vertebrais. Neste ponto, o estímulo passa a outro neurônio, chamado pós-ganglionar e segue um trajeto até o tecido alvo. Quase todos os neurônios desta via são colinérgicos; seu neurotransmissor é a acetilcolina. Nos gânglios, eles atuam sobre receptores colinérgicos de tipo nicotínico (nas glândulas sudoríparas os receptores são muscarínicos), gerando um potencial de ação que se transmite até a terminação nervosa e daí  a um receptor no tecido alvo. Neste ponto, o neurotransmissor liberado é a norepinefrina. Uma segunda via simpática, não passa pelos gânglios; se dirige diretamente a medula da glândula adrenal, onde libera acetilcolina que vai estimular os receptores das células medulares. Estas, neste momento, liberam epinefrina na corrente sanguínea. Esta epinefrina chega a todos os tecidos que apresentem receptores adrenérgicos, estimulando-os onde se encontrem. A medula adrenal é o resultado evolutivo de uma fusão de gânglios que perderam seus axônios.

Os dois tipos de neurônios envolvidos na transmissão do sistema simpático são denominados pré e pós-ganglionar. Um neurônio pré-ganglionar é mais curto, se origina na região tóraco-lombar da medula espinhal e se dirige a um gânglio, para-vertebral, onde faz sinapse com um neurônio pós-ganglionar. Este, por sua vez, se dirige aos tecidos, e em sua parte terminal se sintetiza a norepinefrina.

Na parte terminal do neurônio, se concentra um aminoácido, a tirosina, proveniente de proteínas dos alimentos. A molécula tirosina possui um anel, dihidroxibenzina, (chamado de anel catecol), uma carboxilase, um grupo amina e hidroxilas. Por ação da enzima tirosinahidroxilase,  a tirosina se transforma em DOPA (dihidroxifenilalanina) e esta, por ação da enzima dopadecarboxilase, perde a carboxila e se transforma em dopamina. No citoplasma, a dopamina corre o risco de ser destruída por uma enzima chamada monoaminoxidase (MAO), existente na superfície das mitocôndrias. Para que isto não ocorra, a dopamina é bombeada para dentro de vesículas presentes no citoplasma neuronal. Se este neurônio fosse dopaminérgico, a dopamina seria mantida inalterada dentro da vesícula até o momento de sua liberação. Como o neurônio em questão é adrenérgico, dentro de suas vesículas está presente uma enzima chamada dopaminabetahidroxilase, que converte dopamina em norepinefrina. Quando este neurônio é ativado o potencial de ação chega à terminal, se abrem os canais de sódio, e em seguida os canais de cálcio. Este cálcio ajuda a membrana da vesícula a se fundir com a membrana neuronal e a norepinefrina é então liberada. Após, a membrana vesicular é separada da membrana neuronal e retorna, sem norepinefrina, ao interior da terminal do neurônio para ser reutilizada. A norepinefrina  liberada no espaço intersináptico, vai agir tanto sobre a superfície pós-sináptica quanto sobre a pré-sináptica.