Sistema Nervoso Autonomo Simpatico
As principais áreas cerebrais responsáveis pela estimulação
dos sistemas nervosos autônomos estão localizadas no hipotálamo. Na porção anterior
medial está localizado o sistema parassimpático e na parte posterior medial o
sistema simpático. Ambos estão estimulados pelas áreas do córtex cerebral
envolvidas com audição, visão e memória, bem como pelas estruturas do sistema
límbico. Em situações de stress, tanto a córtex como o sistema límbico enviam
estímulos ao hipotálamo posterior ao mesmo tempo em que inibem o hipotálamo
anterior. A estimulação do hipotálamo posterior, por sua vez, ativa um grupo de
neurônios que compõem um trajeto chamado de via polineuronal descendente; esta
leva os impulsos através da medula espinhal desde a primeira vértebra torácica
até a segunda vértebra lombar. Em todas estas vértebras, a informação é levada de
neurônios chamados pré-ganglionares, até os gânglios para-vertebrais. Neste ponto,
o estímulo passa a outro neurônio, chamado pós-ganglionar e segue um trajeto até
o tecido alvo. Quase todos os neurônios desta via são colinérgicos; seu
neurotransmissor é a acetilcolina. Nos gânglios, eles atuam sobre receptores
colinérgicos de tipo nicotínico (nas glândulas sudoríparas os receptores são
muscarínicos), gerando um potencial de ação que se transmite até a terminação
nervosa e daí a um receptor no tecido
alvo. Neste ponto, o neurotransmissor liberado é a norepinefrina. Uma segunda
via simpática, não passa pelos gânglios; se dirige diretamente a medula da
glândula adrenal, onde libera acetilcolina que vai estimular os receptores das
células medulares. Estas, neste momento, liberam epinefrina na corrente
sanguínea. Esta epinefrina chega a todos os tecidos que apresentem receptores
adrenérgicos, estimulando-os onde se encontrem. A medula adrenal é o resultado
evolutivo de uma fusão de gânglios que perderam seus axônios.
Os dois tipos de neurônios envolvidos na transmissão do
sistema simpático são denominados pré e pós-ganglionar. Um neurônio pré-ganglionar
é mais curto, se origina na região tóraco-lombar da medula espinhal e se dirige
a um gânglio, para-vertebral, onde faz sinapse com um neurônio pós-ganglionar.
Este, por sua vez, se dirige aos tecidos, e em sua parte terminal se sintetiza
a norepinefrina.
Na parte terminal do neurônio, se concentra um aminoácido, a
tirosina, proveniente de proteínas dos alimentos. A molécula tirosina possui um
anel, dihidroxibenzina, (chamado de anel catecol), uma carboxilase, um grupo
amina e hidroxilas. Por ação da enzima tirosinahidroxilase, a tirosina se transforma em DOPA
(dihidroxifenilalanina) e esta, por ação da enzima dopadecarboxilase, perde a
carboxila e se transforma em dopamina. No citoplasma, a dopamina corre o risco
de ser destruída por uma enzima chamada monoaminoxidase (MAO), existente na
superfície das mitocôndrias. Para que isto não ocorra, a dopamina é bombeada
para dentro de vesículas presentes no citoplasma neuronal. Se este neurônio
fosse dopaminérgico, a dopamina seria mantida inalterada dentro da vesícula até
o momento de sua liberação. Como o neurônio em questão é adrenérgico, dentro de
suas vesículas está presente uma enzima chamada dopaminabetahidroxilase, que
converte dopamina em norepinefrina. Quando este neurônio é ativado o potencial
de ação chega à terminal, se abrem os canais de sódio, e em seguida os canais
de cálcio. Este cálcio ajuda a membrana da vesícula a se fundir com a membrana
neuronal e a norepinefrina é então liberada. Após, a membrana vesicular é
separada da membrana neuronal e retorna, sem norepinefrina, ao interior da
terminal do neurônio para ser reutilizada. A norepinefrina liberada no espaço intersináptico, vai agir
tanto sobre a superfície pós-sináptica quanto sobre a pré-sináptica.
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