Tuesday, September 16, 2014

História da ciência do exercício na segunda metade do século XX - Parte 3

 Em 1960 os cientistas observaram transformações em fibras musculares quando cruzavam a inervação de músculos de fibras rápidas com nervos de fibras lentas e vice versa. Algum tempo depois, identificaram uma relação entre inibição da célula nervosa e repolarização da membrana das células musculares.

Nos anos 70, a utilização de técnicas de histoquímica em material de biopsias musculares permitiu a descoberta de que os músculos esqueléticos de velocistas de alto rendimento tem alta proporção de fibras rápidas, ao passo que os músculos de corredores de longa distância de alto rendimento têm alta proporção de fibras lentas.

Estudos posteriores mostraram que treinamentos de resistência causam a transformação de fibras de tipos mais rápidos (e mais fatigáveis) para tipos de fibras lentas, com resistência mais alta. Ao contrario, a inatividade física provoca mudança na direção contraria. Para estudar os elementos de DNA que regulam a conversão entre os diferentes tipos de fibras, os cientistas passaram a utilizar camundongos transgênicos.

No final do século XX começaram a aparecer observações de associação entre fibras rápidas com a síndrome metabólica (aterosclerose, diabetes tipo II e hipertensão). As características metabólicas dos tipos de fibra que influenciam a potência e a fadiga muscular podem ter impacto significativo no risco de desenvolvimento de doenças.

 No futuro será importante concentrar a pesquisa na elucidação dos mecanismos moleculares que regulam as diferenças metabólicas entre os tipos de fibras.



Ref: Marc T. Hamilton and Frank w. Booth. J. Appl. Physiol. 88: 327 - 331