História da ciência do exercício na segunda metade do século XX - Parte 3
Em 1960 os
cientistas observaram transformações em fibras musculares quando cruzavam a
inervação de músculos de fibras rápidas com nervos de fibras lentas e vice
versa. Algum tempo depois, identificaram uma relação entre inibição da célula
nervosa e repolarização da membrana das células musculares.
Nos anos 70,
a utilização de técnicas de histoquímica em material de biopsias musculares
permitiu a descoberta de que os músculos esqueléticos de velocistas de alto
rendimento tem alta proporção de fibras rápidas, ao passo que os músculos de
corredores de longa distância de alto rendimento têm alta proporção de fibras
lentas.
Estudos posteriores
mostraram que treinamentos de resistência causam a transformação de fibras de
tipos mais rápidos (e mais fatigáveis) para tipos de fibras lentas, com resistência
mais alta. Ao contrario, a inatividade física provoca mudança na direção
contraria. Para estudar os elementos de DNA que regulam a conversão entre os
diferentes tipos de fibras, os cientistas passaram a utilizar camundongos
transgênicos.
No final do
século XX começaram a aparecer observações de associação entre fibras rápidas
com a síndrome metabólica (aterosclerose, diabetes tipo II e hipertensão). As características
metabólicas dos tipos de fibra que influenciam a potência e a fadiga muscular podem
ter impacto significativo no risco de desenvolvimento de doenças.
No futuro
será importante concentrar a pesquisa na elucidação dos mecanismos moleculares
que regulam as diferenças metabólicas entre os tipos de fibras.
Ref: Marc T. Hamilton and Frank w. Booth. J.
Appl. Physiol. 88: 327 - 331
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