Marcos hostóricos da ciência do exercício II - Pesquisa em microcirculação
A história da pesquisa micro circulatória durante a atividade física é uma das mais ricas no campo da fisiologia do exercício. A
entrega do prêmio Nobel em 1920 a August Krogh sem dúvida contribuiu para o interesse
despertado. A influencia do exercício no fluxo sanguíneo dos músculos
exemplifica uma área que produz constantes descobrimentos como consequência da aplicação
de novas abordagens experimentais à pesquisa.
Nos anos 60 e 70 do século XX apareceram algumas técnicas
que produziram informações fundamentais para a formulação de conceitos hoje
plenamente aceitados. Entre elas destacamos o cateterismo de veias e artérias
em pessoas durante o exercício, a determinação do fluxo sanguíneo nos membros
de voluntários durante a atividade física e o desenvolvimento de máquinas para exercitar
um único membro. Achados tais como o fato de que a capacidade de fluxo máximo é
maior do que o gasto cardíaco máximo e que o fluxo sanguíneo é reorientado para
os músculos em durante o exercício são fatos bem estabelecidos.
Já 1934 o treinamento
em esteira de animais de laboratório permitiu observar um aumento na vascularização dos
músculos das pernas, o que não ocorria com a vascularização dos músculos masseteres
do queixo, os quais não participavam da atividade.
Na década de 1980, o
uso extensivo de técnicas com microesferas foi determinante para o nosso
entendimento atual de como o fluxo sanguíneo é redistribuído para fazer frente às
demandas de energia. Por exemplo, o
fluxo sanguíneo nos músculos de animais, durante um exercício não se distribuem
igualmente entre todos os tipos de fibras, variando de 60 a 400 ml/minuto em
fibras brancas e vermelhas, respectivamente.
A capacidade de
isolar e estudar microvasos de músculos esqueléticos, resultou em aumento da
produtividade nas pesquisas dos anos 90, no que se refere aos mecanismos
reguladores dos fluxos sanguíneos. Alem disso, utilizando técnicas de biologia
molecular, estamos agora na vanguarda de uma nova onda de pesquisas sobre os
fatores de crescimento e as vias de sinalização responsáveis pela geração de
novos vasos induzida por treinamento aeróbico.
Tecnologias de DNA recombinante constituem no presente uma
ferramenta para a expressão de fatores de crescimento e para induzir o crescimento
de capilares nos músculos esqueléticos. O uso destas tecnologias permitirá uma
reavaliação do que verdadeiramente sabemos sobre os benefícios funcionais de
uma densidade capilar aumentada para o desempenho atlético dos músculos
esqueléticos.
Fonte: M.T.Hamilton e F.W.Booth. Journal of Applied Physiology.
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