Wednesday, October 30, 2013

Marcos hostóricos da ciência do exercício II - Pesquisa em microcirculação

A história da pesquisa micro circulatória durante a atividade física é uma das mais ricas no campo da fisiologia do exercício. A entrega do prêmio Nobel em 1920 a August Krogh sem dúvida contribuiu para o interesse despertado. A influencia do exercício no fluxo sanguíneo dos músculos exemplifica uma área que produz constantes descobrimentos como consequência da aplicação de novas abordagens experimentais à pesquisa.
Nos anos 60 e 70 do século XX apareceram algumas técnicas que produziram informações fundamentais para a formulação de conceitos hoje plenamente aceitados. Entre elas destacamos o cateterismo de veias e artérias em pessoas durante o exercício, a determinação do fluxo sanguíneo nos membros de voluntários durante a atividade física e o desenvolvimento de máquinas para exercitar um único membro. Achados tais como o fato de que a capacidade de fluxo máximo é maior do que o gasto cardíaco máximo e que o fluxo sanguíneo é reorientado para os músculos em durante o exercício são fatos bem estabelecidos.
 Já 1934 o treinamento em esteira de animais de laboratório permitiu observar um aumento na vascularização dos músculos das pernas, o que não ocorria com a vascularização dos músculos masseteres do queixo, os quais não participavam da atividade.
 Na década de 1980, o uso extensivo de técnicas com microesferas foi determinante para o nosso entendimento atual de como o fluxo sanguíneo é redistribuído para fazer frente às demandas de energia.  Por exemplo, o fluxo sanguíneo nos músculos de animais, durante um exercício não se distribuem igualmente entre todos os tipos de fibras, variando de 60 a 400 ml/minuto em fibras brancas e vermelhas, respectivamente.
 A capacidade de isolar e estudar microvasos de músculos esqueléticos, resultou em aumento da produtividade nas pesquisas dos anos 90, no que se refere aos mecanismos reguladores dos fluxos sanguíneos. Alem disso, utilizando técnicas de biologia molecular, estamos agora na vanguarda de uma nova onda de pesquisas sobre os fatores de crescimento e as vias de sinalização responsáveis pela geração de novos vasos induzida por treinamento aeróbico.
Tecnologias de DNA recombinante constituem no presente uma ferramenta para a expressão de fatores de crescimento e para induzir o crescimento de capilares nos músculos esqueléticos. O uso destas tecnologias permitirá uma reavaliação do que verdadeiramente sabemos sobre os benefícios funcionais de uma densidade capilar aumentada para o desempenho atlético dos músculos esqueléticos.

Fonte: M.T.Hamilton e F.W.Booth.  Journal of Applied Physiology.