Trabalho e Energia Muscular
TRABALHO E ENERGIA MUSCULAR
A única fonte direta de combustível para os músculos é o
trifosfato de adenosina, ou ATP (do inglês Adenosine Tri Phosphate). Os
músculos utilizam varias fontes de energia para manter níveis adequados de ATP:
fosfocreatina, glicogênio muscular, glicose sanguínea, ácidos graxos
provenientes dos tecidos adiposos e, em menor escala, aminoácidos de cadeias
ramificadas.
Um grande esforço muscular que dure poucos segundos utiliza
ATP proveniente do fosfato de creatina. Estudos indicam que os estoques de
creatina nos músculos esqueléticos se esgotam nos primeiros 30 segundos de
atividade extenuante. Tomando o atletismo como exemplo, podemos dizer que os
primeiros 100 metros de uma corrida podem ser feitos praticamente sem respirar.
Depois de 30 segundos e até 3 minutos o ritmo diminui porque se esgota a
fosfocreatina; passa a predominar a energia derivada do glicogênio armazenado
nos músculos e da glicose sanguínea. Estes hidratos de carbono podem ser
oxidados rapidamente formando piruvato, lactato e CO2. Com isso, se origina o
ATP requerido para a atividade muscular. Entretanto, esta taxa de síntese de
ATP é muito inferior a da proveniente da fosfocreatina. Ao redor dos 3 minutos
de corrida, as reservas de glicogênio nos músculos se esgotam; se acumula acido
lático causando contraturas e dores musculares. Para manter o ritmo é preciso
mover intensamente a glicose sanguínea, com consequências para o Sistema
Nervoso Central (tontura e desmaio): ”corra muito devagar e perca ou corra
muito rápido e desmaie”.
Durante estes eventos, uma fração inicialmente muito pequena
(mas que aumenta gradativamente) da energia consumida, se origina do processo
de oxigenação aeróbica da glicose. Ou seja, da formação de ATP nas mitocôndrias
das células musculares em presença de oxigênio.
Os músculos diferem em sua capacidade de produzir ATP por
meio de reações aeróbica ou anaeróbicas. As fibras brancas, de reação rápida,
com poucas mitocôndrias, são as fibras anaeróbicas. Elas produzem ATP e liberam
acido lático como produto temporário.
As fibras aeróbicas produzem ATP usando hidratos de carbono,
ácidos graxos e aminoácidos de cadeia ramificada como substratos; estas fibras
musculares possuem muitos mitocôndrios e o processo se chama glicólise
aeróbica. Este processo de oxidação é um produtor muito efetivo de energia,
formando 36-38 moléculas de ATP por uma molécula de glicose, resultando dióxido
de carbono e água. Entretanto, a glicólise aeróbica, embora efetiva, é um
processo relativamente lento. A glicólise anaeróbica fornece uma rápida
formação de ATP para esforços de curta duração, enquanto que a glicólise
aeróbica oferta energia para períodos longos. Os velocistas tem predominância
de fibras musculares brancas, produtoras de ácido lático, ao passo que corredores
de longa distância possuem abundancia de fibras vermelhas de oxidação.
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