História da Atividade Física na Medicina: Portugal
Até a metade do século XVIII a medicina portuguesa esteve marcada pela concepção galênica. A doença era explicada pelo desequilíbrio dos humores, pelo sobrenatural e pela magia. A cultura portuguesa, e junto com ela a medicina, se manteve fechada às inovações filosóficas e cientificas do iluminismo devido as influências da escolástica e da igreja católica.
Nas obras médicas da primeira metade do século, a preocupação dominante, senão a única, era a da preservação da saúde. Raramente nelas se encontrava uma concepção de desenvolvimento integral do ser humano.
Na segunda metade do século, alguns
médicos e educadores de vanguarda passaram a olhar a Educação Física como uma
condição fundamental do desenvolvimento global do indivíduo, incluindo a
preservação da saúde. Desenvolveu-se uma atmosfera propícia à renovação dos
estudos médicos, procurando retirar da medicina a influência do mágico e do
religioso e difundir os preceitos racionalistas.
Aparece em Portugal a influência do
pensamento de John Locke que em sua obra “Da Educação das Crianças”, enfatizava
a importância da prevenção como o meio mais eficaz para preservar a saúde infantil.
Esta prevenção incluía a ação transformadora do exercício físico desde os
primeiros anos.
Era com base nesse pensamento preventivo
que se defendeu em Portugal a ação transformadora do exercício físico desde a
primeira infância. As atividades eram recomendadas de acordo com a idade e
compreendiam desde as brincadeiras na infância. Na puberdade devia-se aprender
a nadar nos rios e no mar. Mais tarde apareciam a esgrima e a caça.
Considerava-se que o exercício possuía diversas utilidades, agindo sobre o que
então se considerava (desde Descartes) a “máquina do corpo humano”. A educação
física seria a solução não só para preparar as crianças para os rigores da
vida, mas também uma medida para livrar os homens da indolência em que viviam.
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