Wednesday, March 04, 2020

História da Atividade Física na Medicina: câmbios de paradigmas na transição ao Iluminismo


Com a vigência da  revolução cientifica, os experimentos substituíram a especulação. Com isso, a relação da medicina com a atividade física sofreu várias mudanças de paradigmas.
A teoria humoral de Hipócrates foi substituída pela hipótese de que a saúde seria o resultado de interações entre ácidos e bases corporais, com suas neutralizações.
Rejeitou-se o conceito de que o calor inato fosse o responsável pela vida e foi proposto, primeiro, que fermentações no ventrículo esquerdo eram a causa da produção do calor animal. Um pouco mais tarde, com a invenção do termômetro e de balanças muito precisas nas medições do peso corporal, foi possível registrar e descrever a produção de calor resultante da atividade física. Identificou-se as glândulas sudoríparas e ficou esclarecido seu papel na produção do suor que acompanha o exercício físico intenso.
Refutou-se a Hipócrates e Galeno no que se refere à circulação. Estabeleceu-se que o coração era um músculo e que o exercício aumentava tanto a frequência como a massa muscular cardíaca.  Também se afirmou que o exercício aumentava o fluxo sanguíneo cerebral e melhorava a saúde em geral.
Muitos pesquisadores propuseram que os nervos transportariam um fluido entre o cérebro e os músculos. As contrações musculares seriam causadas pela reação efervescente deste fluido com o sangue. A fadiga muscular estaria relacionada com a quantidade de fluido consumida. As dores e contraturas musculares, consequentes aos exercícios violentos, seriam causadas por fluxo insuficiente de sangue, sudorese aumentada e remoção do dito fluido.
Demonstrou-se que o ar era necessário para a vida e que os pulmões seguiam os movimentos do tórax. Postulou-se que que a respiração, facilitando o contato entre o ar e o sangue, permitiria a troca de partículas entre um e outro. Clarificou-se a mecânica da respiração, enfatizando-se que os pulmões seguiam passivamente os movimentos do tórax.   
Neste período, como em qualquer outro, junto a descobertas e enunciados brilhantes, também apareceram e foram aceitas inúmeras proposições hoje consideradas absurdas.