A Medicina Militar Romana
Durante muitos séculos os exércitos romanos responsáveis pela expansão da Republica, não contavam com serviços médicos. Havia pouca diferença entre serviços médicos e serviços veterinários, com enfermarias para atender humanos e animais construídas lado a lado. Os soldados feridos eram cuidados por outros soldados. A atenção à saúde se concentrava em prover os soldados com água limpa, alimentação adequada e exercícios físicos apropriados.Com a expansão de Roma através da Grécia começa a aparecer a influência dos exércitos gregos que contavam com uma medicina militar avançada. Esta influência se manifestou tanto na abordagem dos ferimentos e infecções como na utilização de instrumentos cirúrgicos. Com o passar do tempo os romanos desenvolveram grandes contribuições próprias no campo da medicina militar.
Dois dos mais prestigiosos médicos da Roma antiga, Celso e Galeno, também foram médicos militares. Ambos deixaram registradas suas experiencias em textos extensos. Estas e outras obras, junto com os instrumentos médicos e cirúrgicos utilizados ao longo do tempo, influenciaram a pratica médica militar por mais de mil anos.
Em escavações de antigos fortes foram encontrados instrumentos médicos classificados como sondas, espátulas, pinças, bisturis, vasilhas, caixas de pomadas, agulhas, colheres para ouvido, cateteres, e outros mais.
Os textos revelam a extensa utilização de plantas na farmacologia militar romana, mas a arqueologia também revelou a existência de plantas medicinais como erva de são João (doenças do sangue), feno-grego (cataplasmas), figos (ferimentos), banana (disenterias) e vinho medicinal.
O desenvolvimento de ligas metálicas de bronze e prata permitiu a confecção de instrumentos mais afiados. Também permitiram abandonar os instrumentos de ferro que eram propensos à ferrugem.
Com a chegada de Celso (25 A.C. – 50 D.C.) a medicina militar romana recebeu um grande impulso ao mesmo tempo em que o serviço médico se tornava cada vez mais organizado e eficiente. Celso contribuiu para o avanço da prática médica em muitos campos, com destaque para o tratamento de feridas, a extração de projéteis e a execução de amputações.
Hipócrates teria dito: “Quem quer praticar cirurgia deve ir para a guerra.”
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