Wednesday, November 04, 2015

História da Ciência do Exercício - Débito de oxigênio

O celebre fisiologista A.V. Hill (1866 -1977) foi também um dedicado praticante de vários esportes. Por isso, se interessou pela respiração ofegante e fadiga que se instalam após a conclusão de um exercício físico intenso. Estudando este fenômeno na segunda década do século XX, Hill encontrou uma liberação de calor durante a recuperação de músculos de rãs após estímulo e criou a denominação, utilizada até hoje, de débito de oxigênio. Este débito foi definido como “a quantidade total de oxigênio utilizado depois de terminado o exercício, até completada a recuperação.” Afirmou ainda que esta quantidade de oxigênio representava a oxidação de aproximadamente um quinto do ácido lático produzido durante o exercício e fornecia a energia necessária para transformar todo o ácido lático restante em glicogênio.
Posteriormente, as suposições e conclusões fundamentais da teoria do débito de oxigênio passaram a ser questionadas. Nos anos 30 foi observado que os resultados até então encontrados eram consequências acidentais da duração dos experimentos. Apesar de novas evidências, a teoria do débito de oxigênio dominou o pensamento científico por décadas e ainda persiste em alguns campos clínicos, principalmente em referência ao conceito de limiar anaeróbico.
Atualmente afirma-se que durante o período da recuperação imediata, depois de terminado o exercício, o oxigênio é utilizado para as seguintes funções:
Produção de ATP para a reposição do que foi utilizado durante o exercício;
Resíntese de glicogênio muscular a partir do lactato;
Restauração dos níveis de oxigênio no sangue venoso e no sangue dos músculos esqueléticos;
Assistência às proteínas na reparação de tecido muscular afetado pelo trabalho físico durante o exercício;

Diminuição da temperatura corporal até o nível encontrado no repouso.