História da Ciência do Exercício - Débito de oxigênio
O celebre
fisiologista A.V. Hill (1866 -1977) foi também um dedicado praticante de vários
esportes. Por isso, se interessou pela respiração ofegante e fadiga que se
instalam após a conclusão de um exercício físico intenso. Estudando este
fenômeno na segunda década do século XX, Hill encontrou uma liberação de calor
durante a recuperação de músculos de rãs após estímulo e criou a denominação,
utilizada até hoje, de débito de oxigênio. Este débito foi definido como “a quantidade total de
oxigênio utilizado depois de terminado o exercício, até completada a
recuperação.” Afirmou ainda que esta quantidade de oxigênio representava a
oxidação de aproximadamente um quinto do ácido lático produzido durante o
exercício e fornecia a energia necessária para transformar todo o ácido lático
restante em glicogênio.
Posteriormente,
as suposições e conclusões fundamentais da teoria do débito de oxigênio
passaram a ser questionadas. Nos anos 30 foi observado que os resultados até
então encontrados eram consequências acidentais da duração dos experimentos.
Apesar de novas evidências, a teoria do débito de oxigênio dominou o pensamento
científico por décadas e ainda persiste em alguns campos clínicos,
principalmente em referência ao conceito de limiar anaeróbico.
Atualmente afirma-se
que durante o período da recuperação imediata, depois de terminado o exercício,
o oxigênio é utilizado para as seguintes funções:
Produção de ATP para a reposição do que foi utilizado durante
o exercício;
Resíntese de glicogênio muscular a partir do lactato;
Restauração dos níveis de oxigênio no sangue venoso e no
sangue dos músculos esqueléticos;
Assistência às proteínas na reparação de tecido muscular
afetado pelo trabalho físico durante o exercício;
Diminuição da temperatura corporal até o nível encontrado no repouso.
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