Wednesday, March 25, 2015

Analgésicos Usados em Cuidados Paliativos - II

Inibidores não seletivos da COX (ex: aspirina e AINEs)
São analgésicos efetivos nas dores cancerosas. Têm eficácia analgésica equivalente a 5-10 miligramas de morfina intra muscular. Sua ação analgésica tem um limite, o que não acontece com seus efeitos adversos. Mostram consideráveis diferenças de eficácia e toxicidade entre indivíduos. As doses devem ser ajustadas individualmente e sempre deve ser usada a dose efetiva mais baixa. Para alcançar o efeito máximo e um nível plasmático estável, se requer um tratamento prolongado por vários dias.
Estes medicamentos possuem ações anti-inflamatórias, antipiréticas e analgésicas. Seu mecanismo de ação consiste em inibir as enzimas COX-1 e COX-2. A ação antipirética ocorre no sistema nervoso central. São drogas com boa absorção por via oral e são metabolizadas por várias rotas principalmente no fígado. Estão indicadas para dores suaves e moderadas bem como no combate à febre. São contra indicadas em pacientes com história de alergia a estes medicamentos. São necessárias precauções em pacientes com historias de úlceras pépticas, erosões de mucosas, trombocitopenia, asma, pólipos nasais, e predisposição alérgica. Em casos de baixo nível de albumina sérica, deve ser considerada a possibilidade de redução de dose.
Os efeitos adversos mais comuns são:
- gástricos: dispepsia, erosão, ulceração, sangramento, perfuração e constipação;
- renais: retenção de fluidos, deficiência renal;
- neurológicos: cefaleia, tonturas;
- elevação dos níveis de enzimas hepáticas;
- erupções cutâneas.
 No caso da aspirina pode aparecer salicismo (náuseas, vômitos, tonturas,cefaleias, zumbidos, surdez).
A toxicidade gástrica e intestinal tem seu risco aumentado nos seguintes tipos de pacientes: com idade avançada, com úlcera péptica, com uso simultâneo de mais de um AINE, com uso de doses altas, com distúrbios sistêmicos graves, com uso simultâneo de corticosteroides ou anticoagulantes ou aspirina. Estes riscos são reduzidos pela utilização de inibidores das bombas de prótons (omeprazol). Os antiácidos reduzem os sintomas porem não protegem contra as ulcerações. Os antagonistas do receptor H2 protegem as mucosas esofágicas e duodenais sem proteger o estômago.