Analgésicos Usados em Cuidados Paliativos - II
Inibidores não seletivos da COX (ex: aspirina e AINEs)
São
analgésicos efetivos nas dores cancerosas. Têm eficácia analgésica equivalente
a 5-10 miligramas de morfina intra muscular. Sua ação analgésica tem um limite,
o que não acontece com seus efeitos adversos. Mostram consideráveis diferenças
de eficácia e toxicidade entre indivíduos. As doses devem ser ajustadas
individualmente e sempre deve ser usada a dose efetiva mais baixa. Para
alcançar o efeito máximo e um nível plasmático estável, se requer um tratamento
prolongado por vários dias.
Estes
medicamentos possuem ações anti-inflamatórias, antipiréticas e analgésicas. Seu
mecanismo de ação consiste em inibir as enzimas COX-1 e COX-2. A ação antipirética
ocorre no sistema nervoso central. São drogas com boa absorção por via oral e
são metabolizadas por várias rotas principalmente no fígado. Estão indicadas
para dores suaves e moderadas bem como no combate à febre. São contra indicadas
em pacientes com história de alergia a estes medicamentos. São necessárias
precauções em pacientes com historias de úlceras pépticas, erosões de mucosas,
trombocitopenia, asma, pólipos nasais, e predisposição alérgica. Em casos de baixo
nível de albumina sérica, deve ser considerada a possibilidade de redução de
dose.
Os efeitos
adversos mais comuns são:
- gástricos:
dispepsia, erosão, ulceração, sangramento, perfuração e constipação;
- renais: retenção
de fluidos, deficiência renal;
-
neurológicos: cefaleia, tonturas;
- elevação
dos níveis de enzimas hepáticas;
- erupções
cutâneas.
No caso da aspirina pode aparecer salicismo (náuseas,
vômitos, tonturas,cefaleias, zumbidos, surdez).
A toxicidade
gástrica e intestinal tem seu risco aumentado nos seguintes tipos de pacientes:
com idade
avançada, com úlcera
péptica, com uso simultâneo de mais de um AINE, com uso de doses altas, com
distúrbios sistêmicos graves, com uso simultâneo de corticosteroides ou anticoagulantes
ou aspirina. Estes riscos são reduzidos pela utilização de inibidores das
bombas de prótons (omeprazol). Os antiácidos reduzem os sintomas porem não protegem
contra as ulcerações. Os antagonistas do receptor H2 protegem as mucosas
esofágicas e duodenais sem proteger o estômago.
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