História da Ciência do Exercício - de 1920 a 1929
Nesta década, a investigação tratou de elucidar, com as
limitações impostas pelos conhecimentos bioquímicos da época, quais seriam as
fontes de energia utilizadas na contração muscular.
No principio dos anos 20, cientistas dinamarqueses
construíram uma elaborada câmara respiratória que podia isolar tanto o atleta
como a bicicleta ergométrica e medir constantemente as trocas de gás. Com este
equipamento mais sofisticado, puderam confirmar observações anteriores
indicativas de que as gorduras também constituíam fontes de energia para a
realização de trabalho muscular. Apesar destas observações, a versão
predominante continuou sustentando a visão da década passada, de que os
músculos dependiam apenas dos hidratos de carbono como fonte de energia durante
o exercício; as gorduras apenas eram utilizadas de maneira secundária, como
para restaurar o carbohidrato desaparecido.
Nesta mesma época foi construída a hipótese do débito de
oxigênio. Segundo ela, o rápido declínio inicial em consumo de oxigênio que se
dá depois de concluído o exercício representa a oxidação de lactato nos
músculos nos quais este lactato se forma; já o declínio posterior, mais lento,
em consumo de oxigênio, representa a oxidação do lactado depois de sua saída - por
difusão - destes mesmos músculos. Quase ao mesmo tempo foi obervado que durante
uma corrida prolongada se desenvolve hipoglicemia.
No final da década apareceu uma serie de achados
importantes. Foi descoberto o fosfagênio e logo identificado como fosfato de
creatina. Foi determinado que a concentração deste composto diminui durante o
exercício e aumenta durante a recuperação. Dois anos depois foi descoberta a
adenosina tri fosfato (ATP) e surgiu a hipótese de que ela seria a fonte direta
de energia para a contração muscular. A creatina fosfato poderia re sintetizar
o ATP ao combinar-se com adenosina difosfato (ADP).
O conceito de unidade motora aparece em 1925, definido como um
conjunto de fibras ligado a um único nervo motor e constituindo a entidade
funcional do movimento. Os neurônios motores podem ser grandes ou pequenos. Os
neurônios grandes inervam miofibras ao passo que os neurônios pequenos inervam
fusos musculares. A existência de músculos vermelhos e músculos brancos já era
conhecida desde o século anterior. Nos anos 20 foi confirmado que fibras
musculares brancas e fibras musculares vermelhas tinham, em geral, funções
diferentes. Foi observado que os músculos brancos produziam tempos mais rápidos
de contração que músculos vermelhos, independente do diâmetro da fibra.
Referências:
Baldwin, Keneth M.
Borer, Katarina T.
Coggan, Andrew R.
Edgerton, V.Reggie
Gardiner, Phillip F.
Haddad,Fadia
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