Friday, June 10, 2016

História da Ciência do Exercício - de 1920 a 1929

Nesta década, a investigação tratou de elucidar, com as limitações impostas pelos conhecimentos bioquímicos da época, quais seriam as fontes de energia utilizadas na contração muscular.
No principio dos anos 20, cientistas dinamarqueses construíram uma elaborada câmara respiratória que podia isolar tanto o atleta como a bicicleta ergométrica e medir constantemente as trocas de gás. Com este equipamento mais sofisticado, puderam confirmar observações anteriores indicativas de que as gorduras também constituíam fontes de energia para a realização de trabalho muscular. Apesar destas observações, a versão predominante continuou sustentando a visão da década passada, de que os músculos dependiam apenas dos hidratos de carbono como fonte de energia durante o exercício; as gorduras apenas eram utilizadas de maneira secundária, como para restaurar o carbohidrato desaparecido.

Nesta mesma época foi construída a hipótese do débito de oxigênio. Segundo ela, o rápido declínio inicial em consumo de oxigênio que se dá depois de concluído o exercício representa a oxidação de lactato nos músculos nos quais este lactato se forma; já o declínio posterior, mais lento, em consumo de oxigênio, representa a oxidação do lactado depois de sua saída - por difusão - destes mesmos músculos. Quase ao mesmo tempo foi obervado que durante uma corrida prolongada se desenvolve hipoglicemia.

No final da década apareceu uma serie de achados importantes. Foi descoberto o fosfagênio e logo identificado como fosfato de creatina. Foi determinado que a concentração deste composto diminui durante o exercício e aumenta durante a recuperação. Dois anos depois foi descoberta a adenosina tri fosfato (ATP) e surgiu a hipótese de que ela seria a fonte direta de energia para a contração muscular. A creatina fosfato poderia re sintetizar o ATP ao combinar-se com adenosina difosfato (ADP).  

O conceito de unidade motora aparece em 1925, definido como um conjunto de fibras ligado a um único nervo motor e constituindo a entidade funcional do movimento. Os neurônios motores podem ser grandes ou pequenos. Os neurônios grandes inervam miofibras ao passo que os neurônios pequenos inervam fusos musculares. A existência de músculos vermelhos e músculos brancos já era conhecida desde o século anterior. Nos anos 20 foi confirmado que fibras musculares brancas e fibras musculares vermelhas tinham, em geral, funções diferentes. Foi observado que os músculos brancos produziam tempos mais rápidos de contração que músculos vermelhos, independente do diâmetro da fibra.

Referências:
Baldwin, Keneth M.
Borer, Katarina T.
Coggan, Andrew R.
Edgerton, V.Reggie
Gardiner, Phillip F.

Haddad,Fadia