Sunday, February 02, 2020

História da Atividade Física na Medicina: a Transição ao Iluminismo

Ao final da Renascença um fenômeno peculiar tomou conta da Europa. Temas religiosos levaram sociedades de cultura menos desenvolvidas a opor-se ao domínio racionalista da Itália. Estas culturas não primaram pelo desenvolvimento das ciências ou das artes e sim pelo aprimoramento da Igreja e da Política. Os movimentos daí resultantes, Reforma e Contrarreforma, trouxeram a educação para dentro da esfera religiosa. Entretanto, mantiveram distância da escolástica medieval, reforçando o valor do ser humano.

Lutero, por exemplo, defendia a posição de que as escolas e universidades deveriam ensinar com maior dependência da religião cristã e com menos apego aos valores profanos de Aristóteles. Apesar, ou talvez por isso mesmo, promoveu os jogos e treinamentos dos cavaleiros armados bem como a prática de luta livre e saltos, porque conduziam a um melhor condicionamento físico e à preservação da saúde.
Montaigne era partidário de que a natureza educasse as pessoas com a sua rudeza. Dava grande importância ao caráter das pessoas e a maneira de formá-lo seria por meio de exercícios duros e exigentes.
Durante a Renascença, a concepção do esporte se afastou da prevalente na idade média, mas não de forma tão drástica como o ocorrido em outras áreas. Os primeiros câmbios se deram na aristocracia e só depois abrangeram a área educativa das demais classes. Com o advento do barroco o ideal renascentista desaparece. As competições esportivas passam a ser consideradas algo rude.

Em geral, durante a Reforma e a Contrarreforma a prática disseminada de atividades físicas ocupam menor peso que na Renascença, ainda que isto não signifique uma animosidade contra o corpo. Era reconhecido que o exercício servia para as práticas militares e que podia contribuir para a saúde de qualquer pessoa, contribuindo para as exigências da vida intelectual. Primam os jogos com bola e a prática de tiro ao alvo.