História da Atividade Física na Medicina: a Transição ao Iluminismo
Ao final da Renascença um fenômeno peculiar tomou conta da Europa. Temas religiosos levaram sociedades de cultura menos desenvolvidas a opor-se ao domínio racionalista da Itália. Estas culturas não primaram pelo desenvolvimento das ciências ou das artes e sim pelo aprimoramento da Igreja e da Política. Os movimentos daí resultantes, Reforma e Contrarreforma, trouxeram a educação para dentro da esfera religiosa. Entretanto, mantiveram distância da escolástica medieval, reforçando o valor do ser humano.
Lutero, por exemplo, defendia a
posição de que as escolas e universidades deveriam ensinar com maior
dependência da religião cristã e com menos apego aos valores profanos de
Aristóteles. Apesar, ou talvez por isso mesmo, promoveu os jogos e treinamentos
dos cavaleiros armados bem como a prática de luta livre e saltos, porque
conduziam a um melhor condicionamento físico e à preservação da saúde.
Montaigne era partidário de que a natureza educasse as pessoas com a sua rudeza.
Dava grande importância ao caráter das pessoas e a maneira de formá-lo seria
por meio de exercícios duros e exigentes.
Durante a Renascença, a concepção do esporte se
afastou da prevalente na idade média, mas não de forma tão drástica como o
ocorrido em outras áreas. Os primeiros câmbios se deram na aristocracia e só
depois abrangeram a área educativa das demais classes. Com o advento do
barroco o ideal renascentista desaparece. As competições esportivas passam a
ser consideradas algo rude.
Em geral, durante
a Reforma e a Contrarreforma a prática disseminada de atividades físicas ocupam
menor peso que na Renascença, ainda que isto não signifique uma animosidade
contra o corpo. Era reconhecido que o exercício servia para as práticas
militares e que podia contribuir para a saúde de qualquer pessoa, contribuindo
para as exigências da vida intelectual. Primam os jogos com bola e a prática de
tiro ao alvo.