História do Uso do Azeite de Oliva na Medicina - I
O azeite de oliva é
uma substância rica em ácido graxo insaturado Ômega 9. Mais do que isto,
contém outros elementos de grande valor nutricional. A lista é grande e inclui: Vitaminas
A, K, C, E; amino ácidos essenciais, flavonóides, esqualeno antioxidantes e
polifenóis, particularmente o oleocantal que possui potente propriedade
anti-inflamatória e mata células cancerosas.
Devido a sua composição, é fácil entender que o
óleo de oliva tenha seu lugar na medicina moderna. O interessante é que muito
antes da descoberta de sua composição este óleo já era reconhecido como
elemento benéfico. Na realidade, isto já acontecia milênios atrás.
As árvores de oliva se encontram
entre os seres vivos mais longevos. Existem oliveiras que superam os seis mil
anos de vida e ainda produzem azeitonas e óleo. Civilizações muito antigas acreditavam que as
substancias contidas nas frutas e no óleo das oliveiras faziam com que planta pudesse viver alguns milênio. Esta longevidade seria transmitida aos humanos através do consumo destes produtos.
Evidências indicam que o cultivo de
oliveiras já existia na ilha Creta em volta do ano 3500 A.C. Aos poucos os
habitantes da ilha foram aperfeiçoando as plantações e incorporando os frutos à
sua culinária e à sua medicina.
As oliveiras ajudaram a gerar renda
através de sua comercialização. Há indícios de que Creta foi pioneira na
exportação do óleo de oliva para seus vizinhos bem como para o norte da África
e para o oriente próximo. Com o tempo, outras povoações gregas passam a
cultivar, utilizar e exportar os produtos das oliveiras. No século VI A.C. a
importância da árvore de oliva já era tão grande que a alta legislatura de
Atenas elaborou leis para regulamentar a sua utilização.
O filósofo Demócrito que viveu mais
de 100 anos atribuía sua longevidade em parte ao fato de banhar-se em azeite de
oliva.
Três famosos médicos da
antiguidade, Hipócrates, Diócles e Galeno apreciavam o óleo e o utilizavam em
suas práticas.
Hipócrates usada pomadas de óleo de
oliva como tratamento dermatológico tópico em casos de traumatismos, ferimentos
e inflamações dérmicas. Usou-o também para infecções de ouvido e para afecções
ginecológicas. Na sua obra se identificam mais de 60 usos para este óleo.
Diócles o recomendava para higiene da pele, usando-o para limpeza e exfoliação.
Galeno o utilizava para umidificação dérmica.
Progressivamente
sua utilização foi sendo ampliada para problemas digestivos, tosse, dor de
garganta, congestão, dificuldades respiratórias, pele seca e outras afecções
cutâneas.