Wednesday, May 18, 2016

História da Ciência do Exercício - de 1990 a 1920

Alguns dos principais conhecimentos desvendados pela a ciência do exercício no inicio do século XX são resumidos a seguir.

Ao principiar o século XX já se havia determinado que não seriam as proteínas a fonte determinante de energia para o trabalho muscular. Estava aceito que os hidratos de carbono forneciam o substrato energético. Alem disso, também se aceitou o fato de que as gorduras podiam ser oxidadas pelos músculos durante o exercício. Foi descoberto que a contribuição relativa que faziam os hidratos de carbono e as gorduras dependia da intensidade do exercício, de sua duração e da disponibilidade dos carbohidratos armazenados no organismo. Na época, se estabeleceu que os órgãos de depósito do glicogênio são o fígado e os músculos. Ademais, ficou estabelecido que o organismo mobiliza o glicogênio hepático, para manter a concentração de glicose durante o exercício moderado e também para elevá-la durante etapas mais intensas de atividade. Na mesma época foi obervado que a oxidação de hidratos de carbono rende apenas um pouco mais de energia por unidade de oxigênio consumido que as gorduras.

O efeito de extrato de glândula adrenal sobre a frequência cardíaca e sobre a força contrátil do músculo cardíaco já havia sido observado no final do século XIX. A epinefrina foi inicialmente identificada como hormônio e não como neurotransmissor.  Nas duas primeiras décadas do século XX, apareceram estudos sobre muitos dos efeitos da epinefrina: dilatação das pupilas, palidez, aceleração cardíaca, sudorese, liberação de glicose por parte do fígado, dilatação dos bronquíolos, supressão da fadiga muscular, aceleração da coagulação sanguínea, diminuição da circulação sanguínea nas vísceras, aumento da circulação sanguínea no cérebro, coração, pulmões e músculos. Todas estas manifestações da epinefrina foram descobertas sem que houvesse um método para medi-la diretamente.

Ao principiar o século XX já estava bem estabelecida a existência de dois sistemas de controle nervoso autônomo: o simpático e o parassimpático. Foi reconhecido que estas duas divisões eram antagônicas e complementares e que serviam para preservar a estabilidade do meio interno. Nesta época se descreveu o papel dos nervos cranianos parassimpáticos como o de preservar os recursos corporais. Já os nervos sacrais foram identificados como responsáveis por esvaziar o colo e a bexiga, bem como o de causar a ereção peniana. Também ficou estabelecido que o sistema simpático inibe as secreções salivares e gástricas , o apetite e a digestão.

Em 1913 ficou demonstrado que o quociente respiratório - a razão entre o gás carbônico expirado e o oxigênio inspirado - variava marcadamente com a dieta prévia ao exercício, mas que a eficiência do mesmo permanecia invariável. Isto contrariou a hipótese, predominante até então, de que as gorduras devem ser convertidas em hidratos de carbono antes de ser oxidadas pelos músculos.

No inicio da segunda década do século ficou conhecido que a espinha vertebral pode gerar padrões de ativação musculares muito semelhantes à locomoção, sem que intervenham estímulos aferentes ou estimulo provenientes de partes superiores do sistema nervoso.

Referências:
Baldwin, Keneth M.
Borer, Katarina T.
Coggan, Andrew R.
Edgerton, V.Reggie
Gardiner, Phillip F.

Haddad,Fadia