Saturday, December 19, 2015

História da Ciência do Exercício - Emoções

No final do século XIX, um autor Frances, Letourneau, definiu as emoções como paixões de curta duração, intimamente ligadas à vida orgânica, que resultariam em uma excitação anormal do sistema nervoso. Ainda segundo ele, as emoções muitas vezes interromperiam a relação normal entre o sistema nervoso periférico e o cérebro. A atividade cerebral se concentraria na fonte da emoção; os músculos voluntários poderiam paralisar-se e as percepções sensoriais poderiam alterar-se. Esta primeira fase de reação emocional seria seguida de uma fase reativa onde os músculos voltariam à ação e a atenção ainda permaneceria focada na situação emocional. A forte excitação cerebral afetaria somente um determinado grupo de células e exigiria um considerável aumento do fluxo sanguíneo nas regiões envolvidas. Alem disso, Letourneau mencionou que a intensidade, a expressão e as consequências patológicas da emoção estariam ligadas ao tipo de temperamento da pessoa que estivesse experimentando a emoção.


Surpreende como estes postulados se aproximam aos conhecimentos atuais sobre as emoções. Foi necessário passar duas décadas para que a ciência propusesse que, nas emoções, os estímulos ambientais ativam o tálamo, o qual transmite as informações à córtex e às vísceras; a seguir, o tálamo envia outra vez as informações à córtex para gerar o “estado emocional”. Os câmbios corporais se produzem imediatamente depois da percepção do acontecimento e nosso sentimento sobre este fato é, ele mesmo, a emoção. Ou seja: os estímulos atingindo a córtex cerebral induzem câmbios viscerais os quais são, neste momento, percebidos como emoções.

Ref: Thierry Steimer, PhD