HISTÓRIA DO USO DA ATIVIDADE FISICA NA MEDICINA – A Saúde Pública no Império Romano - II
Além de
medidas coletivas de saúde, os romanos davam muita atenção às atividades
individuais de higiene. Os banhos públicos eram muito populares e utilizados
tanto por homens como por mulheres, de todas as classes sociais. Muitas vezes,
embora nem sempre, os banhos eram comuns para os dois sexos. Em suas
residências, tantos ricos como pobres davam devida importância à construção de
banhos adequados a toda a família. Com frequência, eram a peça mais opulenta
das residências. A maioria das cidades romanas tinham toaletes públicas com
descarga de água e sistemas de drenagem.
Cada
fortaleza do exército romano contava com uma casa de banho, latrinas, água
fresca e um hospital. Os soldados se mantinham em boa saúde pela combinação de
higiene, exercícios e dieta.
HISTÓRIA DO USO DA ATIVIDADE FISICA NA MEDICINA – A Saúde Pública no Império Romano - I
Para os romanos uma pessoa
podia combater com efetividade as doenças mantendo-se em boas condições físicas
e mentais. Muita importância era dada à água e ao esgoto como medidas para
evitar doenças. Os romanos sabiam que necessitavam ter em boas condições tanto
seus soldados como os cidadãos que trabalhavam para a sociedade. Por isso, o Império
foi, talvez, a primeira civilização que executou ações de saúde pública dirigidas
a todos os habitantes e não apenas para aos ricos.
As vilas eram edificadas
próximo às fontes de água. Os aquedutos foram grandes obras executadas para
garantir o afluxo de água às cidades. É possível
que um milhão de litros de água chegassem a ser transportados cada dia à Roma.
As casas possuíam cisternas e potes para armazená-la.
Os banhados e pântanos eram
drenados porque se creia que originavam insetos e criaturas invisíveis ao olho;
todos potencialmente perigosos para a saúde. Os soldados romanos sempre
acampavam longe dos pântanos, cerca de fontes de água limpa.
HISTÓRIA DO USO DA ATIVIDADE FISICA NA MEDICINA – As mulheres de Esparta
A posição das mulheres em Esparta diferia de tudo o que passava no mundo
antigo. Não eram excluídas do convívio com os varões. As meninas realizavam o mesmo treinamento físico que os meninos. Só não está claro se os dois sexos faziam as práticas de ginástica juntos.
A finalidade destas ações era dotar `a mulher de condições físicas que
ajudassem a melhor suportar o trabalho de parto e a produzir filhos mais fortes;
futuros guerreiros.
As meninas de Esparta participavam em corridas, ginástica e luta livre; e
provavelmente em natação, lançamento de dardo e arremesso de disco.
Principalmente as solteiras competiam, mas também algumas casadas, inclusive
grávidas. As competições se realizavam durante os festivais religiosos.
HISTÓRIA DO USO DA ATIVIDADE FISICA NA MEDICINA – Esparta
Esparta, no mundo antigo, preparava seus cidadãos para a guerra desde o
nascimento. Somente os bebês vigorosos eram incluídos na sociedade ativa.
Até a idade de 20 anos todos os varões eram preparados em uma grande
escola. O propósito do treinamento era o de torná-los duros, indiferentes à dor
e submissos à disciplina do estado. A educação cultural e cientifica era
secundária à formação marcial. A finalidade era produzir soldados excelentes,
devotados à Esparta.
O casamento era permitido a partir dos 20 anos, mas os homens deviam
viver nas barracas militares até a idade de 30 e conduzir seu casamento como se
fosse um caso ilícito e secreto. Ao completar 30 anos, eram considerados
cidadãos espartanos.
Nenhum cidadão de Esparta era indigente e nenhum era rico. Cada um vivia
da produção de sua terra, trabalhada por servos. Uma parte desta produção ia
para o estado. O dinheiro era cunhado com ferro. Ninguém possuía ouro ou prata.
Daí a origem da expressão “simplicidade espartana”.
Esparta foi um estado autocrático orientado para a guerra. Havia uma
classe dominante, uma classe média e os servos. Os varões eram educados para
serem soldados obedientes, comandantes competentes e cidadãos conscientes. As
artes, ciência, filosofia e literatura recebiam menos ênfase que o respeito à
autoridade, o condicionamento físico e as habilidades militares. Especial
ênfase era dada às corridas, saltos, ginastica, boxe e lutas. Tudo com a
finalidade de produzir guerreiros.
A particularidade da educação espartana era que tanto meninas como
meninos compartilhavam experiências educacionais. Uma diferença era a de que
elas não viviam em acampamentos militares como eles a partir dos sete anos.
HISTÓRIA DO USO DA ATIVIDADE FISICA NA MEDICINA - Cnido e Heródico
Na localidade de
Cnido, no continente da Ásia Menor um grupo de professores e estudantes
estabeleceram, no século V a.c., uma escola de Medicina de grande importância.
As coleções de seus textos médicos não sobreviveram ao tempo e só chegaram a
nosso conhecimento a traves de comentaristas, especialmente Galeno no século II
D.C. Alguns especialistas chegam a admitir que vários textos atribuídos a
Hipócrates pertenceriam à esta escola.
As doenças eram
categorizadas de acordo ao órgão afetado e os tratamentos, poucos e simples,
eram listados junto com as doenças aos quais se aplicavam. O diagnóstico era
baseado no sintoma. O resultado prático era que cada sintoma virtualmente
correspondia a uma doença. A ênfase era colocada na doença e não no paciente.
Grande atenção era dada à observação e avaliação dos achados físicos. A escola
de Cnido conceituava a doença como um mal externo que evolui e que deve ser
erradicado de imediato. Defendia uma proposta terapêutica pragmática e
intervencionista. Vários segmentos da obra de Hipócrates receberam contribuição
de Cnido. Alguns dos líderes destacados da escola foram Eurifon, Ctesias,
Crísipo, Polícrates, Eudoxo e Nicômaco (pai de Aristóteles) foram alguns dos
líderes destacados da escola.
No século V a.c. um
médico chamado Heródico trabalhou em Selimbria, Atenas, Mégara e Cnido. Antes de estudar medicina
havia sido professor de esportes. Fez o primeiro registro ocidental da
utilização do esporte na prática médica. Como professor de medicina em Cnido
desenvolveu sua teoria médica. Considerava a saúde como um equilíbrio entre
dieta e atividade física. A doença seria um desequilíbrio entre as duas. A vida
sadia seria uma combinação de atividade física constante, dieta estrita e
exercícios físicos metódicos. Heródico aplicava estes métodos como terapia a
seus pacientes. Infelizmente seus textos foram perdidos, restando apenas
referências a seu trabalho em escritos de outros autores antigos.
HISTÓRIA DO USO DA ATIVIDADE FISICA NA MEDICINA - Índia Antiga
Arqueólogos creem
que a civilização da Índia existiu antes de 3300 AC. Escavações revelam
preocupação com higiene pessoal e saúde pública. Aparecem estatuas com posições
que sugerem familiaridade com a prática de ioga.
Na literatura, a
era dos quatro Vedas ou período Védico é marcante, com rango de duração entre
3000 e 1000 anos AC. A literatura mais antiga da humanidade, o Rigveda, data
destes tempos. Os outros três Vedas são o Samaveda, o Ayurveda e o Atharvaveda.
Esta último transmite informação mais detalhada sobre medicina, saúde e doença.
As autoridades concordam em que apareceu depois do Rigveda, sem ter certeza da
data de origem. A maioria opta por 1000 AC.
Entre 1500 e
1000AC aparece, como suplemento dos Vedas, um sistema de medicina chamado
Ayurveda. Ayur significa “vida longa e sadia” e Veda “ciência/conhecimento”.
Ayurveda seria a “Ciência da vida longa e sadia” e é também denominado ”Sistema
Médico Indiano”. Muitas autoridades defendem a postura de que o Ayurveda se
originou em tempos pré-históricos e foi posteriormente desenvolvido como
suplemento dos Vedas, tendo ainda influenciado sistemas posteriores não védicos
como o budismo e o jainismo.
Integrando o
Ayurveda, aparecem o Caraka Samhita e o Susruta Samhita. Samhita são mantras e
bendições que fazem parte dos quatro Vedas. Caraka e Susruta são considerados
as maiores autoridade em medicina da Índia Antiga. Os períodos em que viveram
são objeto de incontáveis controvérsias.
Caraka foi um
médico itinerante. Não se sabe com certeza se sua a obra é de autoria exclusiva
ou se foi executada por um grupo de seguidores e representa uma escola de
pensamento. Caraka Samhita aparece na literatura Ayurvedica cerca de 800 AC. Em
uma revisão de mais de 10 mil versos, há cerca de 120 aforismos sobre exercício
físico. Talvez seja o registro mais antigo sobre o tema. Inclui uma definição
de exercício, seus efeitos positivos e negativos, indicações e
contraindicações, bem como prescrições para curar ou minimizar doenças. Segundo
os textos, o humano é uma combinação de corpo, mente e alma. Sugere exercícios
para o corpo e yoga para a mente e alma.
Susruta foi um
médico que nos anos 600 AC incluiu exercícios físicos em suas prescrições para
prevenir e tratar doenças e para minimizar os efeitos da diabete e da obesidade.
Afirmou que para serem efetivos, sua intensidade deveria ser moderada. Os
conceitos de Susruta relativos à prática prolongada de exercícios ao longo da
vida, com seus resultados benéficos, são considerados por cientistas atuais
como marcadamente modernos.
Referência: Journal of the
Association of Physicians of India • August 2013 •
HISTÓRIA DO USO DA ATIVIDADE FISICA NA MEDICINA – O princípio.
As primeiras
referencias sobre associações entre atividades físicas e recuperação da saúde
datam de prováveis 5 mil anos. Nessa época, sacerdotes e
monges Taoístas na China estabeleceram vínculos entre rituais de culto e
exercícios curativos. Além de curar, estes exercícios obteriam a imortalidade
da alma.
Também a maioria
dos esportes, em seu início, foi vinculado a um culto.
Os sacerdotes
chineses explicavam a congestão dos órgãos como causa de todas as doenças e
tentavam curá-las através de exercícios de respiração denominados Kung-Fu. Até hoje, esses exercícios têm alta consideração na sociedade chinesa.
Exercícios
respiratórios e de outros tipos foram vinculados à saúde também em outras
culturas antigas como a Hindu, a Persa e a Egípcia.
Em época mais
recente, no princípio do século XIX apareceu a Ginastica Sueca Ling, com muitos
elementos dos milenares exercícios chineses.